Análise Psicanalítica do Filme
O pai que move montanhas
As aparências sempre enganam…
Para se conhecer a verdade por trás das aparências (ou comportamentos) é necessário o não julgar, usando de imparcialidade e paciência para esperar o tempo certo ou, como aprendemos na clínica, o tempo do outro (nesse caso, nossos pacientes).
O filme IMPERDOÁVEL, exibido na streaming Netflix, conta a história de Ruth Slater (Sandra Bullock), uma mulher que cumpriu pena de 20 anos após assassinar um policial. Na trama, ao retornar à comunidade, ainda é vista como uma criminosa, sofre hostilidade, quando tudo que ela deseja é reencontrar a sua irmã, que presenciou, aos cinco anos, o crime.
Ruth é uma mulher que engoliu em seco a culpa de um crime e como título bem diz, imperdoável.
Ela suporta toda violência física e psicológica quando confinada e nada muda quando sai da cadeia. Não reage até por compreender o sentimento daquelas pessoas.
Sendo órfãs, seu objetivo sempre foi proteger a irmã caçula.
Uma pergunta que se faz ao chegar ao final do filme é: Até onde alguém é capaz de ir por amor?
Esse filme é um verdadeiro exercício para a prática clínica, no sentindo do não julgamento e entender que a história final sempre é do analisante.
Inibição, projeção, pulsão de morte, maternagem, culpa, são alguns conceitos psicanalíticos que podemos observar na trama.
Se você já assistiu ao filme, deixa nos comentários qual foi a sua impressão?
Joseane Pires
Psicanalista