Cartas de Freud à Fliess

CARTA 61 - ESTRUTURA DA HISTERIA (1897)

 

O texto apresenta a estrutura da histeria. Tudo remonta à reprodução de cenas, algumas das quais podemos atingir diretamente, e outras somente através de fantasias. As fantasias são derivadas de coisas que foram ouvidas mas que só foram compreendidas mais tarde, e todo o seu material é autêntico.

Elas funcionam como estruturas protetoras, sublimação de fatos, embelezamento destes e ao mesmo tempo exonerações. A origem que os precipita talvez sejam as fantasias masturbatórias. Um segundo achado importante é que as estruturas psíquicas que, na histeria, são afetadas pelo recalcamento, não se tratam realmente de memórias, mas sim de impulsos provenientes das cenas originárias.

Todas as três neuroses (histeria, neurose obsessiva e paranoia) exibem os mesmos elementos (além da mesma etiologia), isto é, fragmentos mnêmicos, impulsos (derivados da memória) e ficções protetoras. A maneira como esses elementos penetram na consciência e a formação de compromissos (isto é, de sintomas) ocorrem em pontos diferentes, nas três neuroses mencionadas.

Na histeria as memórias, na neurose obsessiva os impulsos perversos, e na paranoia as ficções protetoras (fantasias), representam aquilo que penetra na vida normal distorcido por uma solução de compromisso.

Fonte: Sinopses Das Obras Freud
Páginas: 334