Análise Psicanalítica do Filme

O Golpista do Tinder

Por detrás da barreira humana você irá encontrar a felicidade!
Em minha adolescência participei de uma dinâmica em que eram formados dois grupos, com especificações distintas: 1) Deveria representar um muro humano; 2) Pessoas que deveriam alcançar a felicidade. O que aconteceu em seguida me chocou até hoje, pois sem nenhuma orientação nesse sentindo, o muro humano impediu a passagem de todos.

Está lembrança me leva à pergunta, referente ao documentário O GOLPISTA DO TINDER: O que leva uma pessoa sentir prazer em detrimento ao sofrimento alheio?

Engana-se em achar que estou apenas questionando a atuação do tal golpista, pois observamos de uma forma geral, diante da repercussão desse documentário, vários comentários depressiativos ou patriarcais como se só as mulheres fossem vulneráveis a tais golpes. Confesso que em minha caminhada clínica já me deparei, também, com muitos homens que sofreram tal desilusão e não foi nada fácil conduzir a análise.

Porém, o que mais me chamou a atenção foram as críticas disfarçadas de um renomado jornal brasileiro chamando estas mulheres de ingênuas, quando na verdade insinuava serem interesseiras, que se iludiram pelo glamour e dinheiro do estilionatário, chegando ao final da matéria questionar o motivo destas não terem sido confrontadas por suas escolhas.

Trazendo o viés psicanalítico…

Quando nascemos, nos deparamos com uma experiência única e prazerosa que não irá se repetir, nesse momento é instaurada a falta e a busca de resgatar aquele “objeto perdido”, desejando reconquistá-lo a todo custo.

Esse é o ponto chave para entendemos os posicionamentos diante de cada personagem envolvidos na história ou a margem dela. Pois, a forma como me posiciono no mundo e como lido com essa falta dependerá da minha trajetória psíquica ao me senti uma criança amada e/ou não amada, acolhida e/ou abandonada.

Assim, ingenuidade, bondade ou maldade habitam dentro de nós, pois nem sempre estamos preparados para encarar a travessia das nossas fantasias.

Basta olhar em nossa volta e ver que convivemos com um “sapo” que muitos acreditam ser um príncipe.

Qual a sua opinião?

Joseane Pires